Postura do Psicólogo Clínico
Postura do Psicólogo Clínico é um texto realizado durante o curso de Psicologia sobre a postura do Psicólogo Clínico, como o mesmo deve conduzir a sessão e como deve se comportar para ter uma postura ética e profissional.
RELATÓRIO sobre a Postura do Psicólogo Clínico
Este relatório refere-se a uma aula teórica vivencial assistida no curso de formação de Gestalt-terapia, onde foi abordado principalmente a postura do Psicólogo clínico na visão da Gestalt. Este relato reflete muito mais as reflexões e a visão de minha experiência durante a aula. Do que a conteúdos passados pelos professores do curso de formação, pois a aula foi uma experiência muito mais vivencial do que teórica.
Todavia lembro que os conteúdos abaixo refletem minhas observações e reflexões a cerca da vivencia de uma aula do curso de formação, que dizem respeito sobre a postura do clínico durante o atendimento. Sobre a postura do Psicólogo Clínico. Mas ele deve evitar a tomar que em nada ajudam o processo terapêutico e sobre a postura correta que auxiliam o processo. Contudo aborda também o consulente, suas queixas principais e o papel do clinico na escuta dessas queixas, refere-se também sobre a função da Gestalt terapia e as possíveis clinicas da Gestalt.
Postura do clínico
Durante o atendimento clínico, o mesmo deve evitar sentimentos de ansiedade que por ventura venham ocorrer, por meio de pensamentos de querer ajudar o cliente a sair de um problema. Essa ansiedade pode prejudicar o contato com o cliente, pois o terapeuta pode acabar de algum modo influenciando ou sugestionando o cliente.
Sugestões essa que em nada auxilia o desenvolvimento do paciente. Muito pelo contrário que podem até por vir a acarretar num rompimento da relação entre cliente e terapeuta. Pois o terapeuta pode estar colocando ansiedades e dando sugestões que são suas e não do cliente.
Nunca deve antecipar um diagnóstico, seria como prever o futuro do cliente, não somos videntes, não podemos nos deixar levar por projeções que são nossas na maioria das vezes. Que dizem respeito a sentimentos que são nossos e não estamos sabendo separar. Pois senão estaremos interferindo no processo do cliente, tem que respeitar o processo, a velocidade do caminhar do paciente. Caminhando junto com ele, ao seu lado e não na sua frente. Pois certas intervenções podem estar dizendo a respeito a atender ansiedades e desejos nossos e não dos clientes.
Tem que se mostrar presente, não pode estar tão perto a ponto de interferir no processo do cliente. Mas também não pode se distanciar ao ponto de deixar o paciente sozinho nessa caminhada. Mostrando-se por meio de uma presença silenciosa, demonstrando-se interessado, absorvido pelo cliente, mas interferindo o menos possível.
O terapeuta não deve ter uma relação amistosa, não terapêutica com o cliente. Pois esse tipo de intervenção não permite a manifestação do fundo, fica só superficialmente na figura que o paciente trás para a psicoterapia. Não estamos nessa relação como reforçadores de comportamentos, tanto positivos quanto negativos, quem deve trabalhar é o cliente. Entretanto devemos o deixar trabalhar, pois ele nos paga para isso, nos paga para suportamos as frustrações que a análise gera em nós, suportar a impotência e para abrirmos mão de julgamentos.
Erros de Postura Clínica
Pensar no momento da intervenção, devemos deixar as coisas acontecerem espontaneamente. Pois pensar previamente no que dizer é sair do aqui agora, sair do contato com o cliente. Mas estar no aqui agora é de suma importância para o processo terapêutico. Devemos estar sempre trazendo o cliente para o aqui agora, por meio de pontuações de gestos, de linguagens que o cliente faz e usa, e não percebe. Devemos cuidar essas questões na nossa Postura Clínico.
Não devemos pensar no momento da intervenção, devemos deixar as coisas acontecerem espontaneamente. Pois pensar previamente no que dizer é sair do aqui agora, sair do contato com o cliente. Mas estar no aqui agora é de suma importância para o processo terapêutico, devemos estar sempre trazendo o cliente para o aqui agora, por meio de pontuações de gestos, de linguagens que o cliente faz e usa, e não percebe.
Mas sempre respeitando os sinais e pedidos de limites que o cliente nos coloca, pontuando que não esta preparado ainda para trabalhar determinados conteúdos.
Percebendo e oferecendo suporte na angustia do consulente. Pois angustia é diferente de ansiedade, o momento em que o consulente vive angustia ele está elaborando. Criando e não é hora de frustrar e sim de dar suporte.
Por meio dessas intervenções o consulente consegue transcender a realidade, como se fosse um furo na venda que ele usa, nos conteúdos que ele não suportava enxergar. Todavia mantendo assim uma Postura Clínica ética.
O consulente
O consulente vem quase sempre na função de um queixoso, com demandas a serem trabalhadas. Onde se mostra geralmente com muita pressa, muita ansiedade para resolver um problema que lhe aflige.
Trazendo sempre consigo fantasias, curiosidades e expectativas sobre o clinico na postura do psicólogo clínico e sobre seus problemas. Todavia nesse momento não devemos ficar trabalhando em cima da figura apenas que o consulente trás. Todavia nunca devemos trabalhar o problema como se fosse uma tarefa a ser resolvida. Pois se fizermos isto, sempre depois que a tarefa for resolvida virá um momento de frustração do consulente.
Pois a queixa, a figura que ele trás, só é a máscara, é só o que está visível e não podemos ficar presos nisso. dessa forma se ficarmos e trabalharmos em apenas resolver isto. Pode ocorre à frustração do consulente, pois ele resolveu o problema que lhe afligia. Mas continua frustrado porque isso só era a mascara e virão outras mascaras.
Sempre há na caracterização da queixa uma “forma”, muitas vezes bizarra, estranha ao cliente. Mas que temos que nos dar conta e pontuar para o cliente. Pois ai esta o objetivo da terapia, pontuar para o cliente as suas formas de interagir com o ambiente.
Mas temos que salientar também que o cliente trabalha sempre com os meios e recursos que o clinico fornece para ele. Esses não podem ser limitados, tem que serem suficientes para deixar aparecer as formas que o consulente possui, e para poder ampliá-las.
Essas formas muitas vezes aparecem como “outro”, como algo estranho ao sujeito. Quase sempre aparecendo como algo inusitado. É a percepção de uma repetição, de uma impotência. É o que acontece no contato com o outro, e é o que devemos buscar para pontuar para o consulente para que ele tome consciência de suas formas. Mas para que ele possa as amplia-las.
Clinicas
Dentro da Gestalt temos três tipos possíveis de clínicas, não que ela esteja presa a esses três tipos, a qualquer momento pode ser criada uma outra clinica.
A primeira que vamos contemplar podemos chamar de clinica social. Tem a função de dar suporte, apoiar. Normalmente os consulentes se apresentam sem queixas definidas, apresentam-se com problemas concretos. Problemas sociais, como desemprego, fome, exclusão social, trabalho infantil, prostituição, etc. Neste tipo de clinica a tarefa que o consulente trás é muito importante, é um momento em que devemos dar o suporte que o consulente precisa. Até o momento em que o consulente possa eleger figuras. A clinica social intervêm em um sofrimento ético-político.
A segunda clinica
é a clinica da neurose, onde o consulente evita entrar em contato com o fundo e fica centrado em tarefas, em figuras. Pois às vezes tem coisas que são muito mais difíceis de enfrentar do que as tarefas/figuras, por isso o consulente se centra nas tarefas. O consulente já vem com queixas que por trás tem uma satisfação escondida. Por exemplo, como a pessoa que se queixa de dores e está em perícia, mas não quer se curar por que corre o risco de sair da perícia.
O consulente
está sempre tentando fugir do seu problema. Pois não sabe o que quer aparecer, então o trabalho do clínico na postura do psicólogo clínico é trabalhar. Mostrar para o consulente como ele foge, e como ele usa essa mesma forma, a repetindo em inúmeras situações em sua vida. No ajustamento neurótico o consulente sempre nega que tem alguma coisa que ele não consegue elaborar. Por isso ele tenta fugir do desconhecido.
A Clínica da psicose
E a clinica da psicose, onde o consulente geralmente se apresenta confuso de sua queixa, ou vem sem queixa. Apresenta-se sem um fundo ou com um fundo precário, cheio de lacunas (o extremo grau disso é o autismo), tem um fundo apagado, desarticulado. Ou os problemas que possui estão desarticulados, não estão amarrados. Então o consulente investi toda sua energia em tentar amarrar o que não esta amarrado. Não aparece as formas, por que não tem um fundo, não tem figura.
A estória
A estória para estes consulentes é desarticulada, tentam alucinar uma forma que não se inscreveu. Tentam delinear uma forma, onde o terapeuta deve auxiliar, tentar emancipar esse fundo, amarrar. Aonde o surto é um fracasso desse ajustamento.
O ajustamento psicótico
O ajustamento psicótico produz dois trabalhos, primeiramente o consulente tem que produzir os motivos. Às amarrações e ainda produz o desejo de fuga, como na neurose, para lidar com o sofrimento. Então é um trabalho em dobro e que consome muito mais energia. É um trabalho criativo, pois o consulente tem que criar. Produzir conteúdos para fazer as amarrações, criar um fundo para tapar suas lacunas.
É importante ressaltar que estas clínicas nunca estão separadas. Todas as pessoas fazem esses ajustamentos, todas as pessoas podem passar por estas três clinicas numa única sessão.
A Gestalt não busca mudar as nossas formas. Pois não mudamos nossas formas, podemos apenas conhece-las e amplia-las.
Todas as pessoas lidam sempre com dois pólos juntos, conservação e ampliação, abertura e fechamento. Estamos sempre nessa luta de pólos.
Nós como terapeutas cobramos pelas frustrações que controlamos durante o processo terapêutico. Pois quem paga para trabalhar suas frustrações é o consulente.
O clinico não deve se interessar pelas causas dos problemas e queixas do consulente e sim pelo aqui – agora. Pontuando no discurso e nas expressões do consulente as coisas estranhas, inusitadas que acontece nesse contato de terapeuta e consulente. Dessa maneira mantendo a postura do psicólogo Clínico.
A clínica gestaltica
A clínica Gestaltica é uma intervenção não sugestiva, é uma intervenção do aparecimento das formas. Fazendo desviar das queixas para as formas, dessa maneira estaremos sempre tentando produzir um estranho.
O terapeuta tem que saber deixar o cliente na ansiedade, na angustia.
Com o tempo as formas são assimiladas e viram fundo, perdem a força, a energia.
Leia também: http://psicologoflorianopolis.psc.br/o-corpo-fala-2/
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